As
possíveis multas dos Speds assustam
os contadores. Encontre tempo para se dedicar aos Speds com a precificação justa dos serviços.
Na
semana passada retornei à cidade de Maceió para um encontro com os contadores
da região, que debatem sobre diversos pontos polêmicos da classe. Um deles foi
o tenebroso SPED, que os contadores
ainda têm dificuldades para digerir, pois as alterações não param de acontecer.
A partir de janeiro deve começar mais um, o SPED da folha de pagamento. Esta
nova dificuldade só será vencida se houver dedicação e, mais uma vez, com muito
estudo, pois os contadores já venceram diversas barreiras, como o Simples Nacional,
assinatura digital, nota fiscal eletrônica, SPED contábil e o SPED
Contribuições.
O outro grande entrave que os profissionais da contabilidade enfrentam é para
precificar os seus serviços e fazer a gestão da equipe. Nesta agonia entendo
que já vencemos uma significativa etapa: o reconhecimento de que é preciso
buscar ajuda. Neste evento tive a honra de falar para mais de 60 contadores
sobre a valoração do honorário e observei a participação ativa e interessada de
todos eles.
Uma das dificuldades apontadas por este grupo de empresários contábeis é não
conseguir cobrar de seus clientes pelos serviços acessórios prestados, a
exemplo da constituição e alteração de empresas, recálculo de tributos por
falta de pagamento ou mesmo o serviço de parcelamento dos tributos.
Esta postura impacta diretamente na rentabilidade, pois é um trabalho que exige
a dedicação de muito tempo. Naturalmente, os clientes, sempre que possível,
querem o trabalho bem executado, mas nem sempre estão dispostos a remunerar.
Será que alguém consegue que uma diarista vá duas vezes por semana na sua casa
pelo valor de uma diária? O supermercado onde você gasta R$ 500 por mês lhe
dará adicionalmente um pacote de arroz ou uma garrafa de vinho sem o necessário
pagamento? A escola do seu filho que cobra a mensalidade dará gratuitamente um
ou mais livro cuja leitura foi solicitada pela professora?
Por qual motivo o contador deve executar gratuitamente serviços que não fazem parte
do pacote contratado? Ao refletir sobre isto encontrei algumas possíveis razões,
abaixo elencadas:
. Não há contrato ou o que existe está mal elaborado e não estão
claro quais serviços fazem parte do pacote contratado;
. O contador desconhece técnicas para argumentar junto ao cliente
e mostrar a importância, responsabilidade e tempo necessário para fazer o
serviço;
. Medo de perder o cliente;
. Não sabe como precificar o serviço.
Se não consegue cobrar pelos serviços acessórios prestados o profissional
continuará na vala dos pobres mortais que passarão por esta vida somente para
trabalhar como "um burro de carga", sem conquistar nada de reconhecimento.
É igual aos escravos que trabalhavam até o limite de suas forças e em troca
recebiam comida e um pequeno espaço para dormir. Quando "faziam corpo mole"
eram chicoteados.
Como o profissional que apenas trabalha terá tempo de sobra para investir na
preparação para as novas exigências? E pior, em serviços que não são
remunerados? Às vezes ele se ilude e pensa que o cliente ficou satisfeito
porque a alteração contratual foi de graça. Mas, ao contrário, normalmente ainda
reclama, pois desconhece o tempo que a tarefa exige. Claro que a culpa não é do
cliente, pois cabe a ao fornecedor informá-lo.
Para quem ainda costuma fazer todos os serviços de graça sugiro que reflita
sobre esta postura. A dica para definir o valor a ser cobrado é a seguinte:
apure o valor da hora vendida; estime o tempo que o serviço demandará;
multiplique o tempo demandado pelo valor da hora. Este é o valor mínimo para
prestar o serviço.
Se recebe pelos serviços executados será possível contratar colaboradores e
assim restará tempo para se dedicar ao estudo das novas exigências, como o SPED.
Tags:
SPED, precificar, honorários, serviços, acessórios
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